FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ – BELO HORIZONTE
CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: INFORMÁTICA
PROFESSORA: ANA PAULA SÌNTESE DE TEXTO
ALUNA: CRISTINA DASILVA RESENDE 6º
PERÍODO
2.1.
Internet na escola e inclusão
Marco
Silva*
A Internet na escola é exigência do novo ambiente de
comunicação cultural que surge com a interconexão mundial de computadores em
forte expansão no início do século XXI. Novo espaço de sociabilidade, de
organização, de informação, de conhecimento e de educação. A educação do
cidadão não pode estar alheia ao novo contexto socioeconômico-tecnológico, mas
na informação digitalizada como nova infra-estrutura básica, como novo modo de
produção. A educação on-line ganha adesão nesse contexto e tem aí a perspectiva
da flexibilidade e da interatividade próprias da Internet.
Se a escola não inclui a Internet na educação das
novas gerações, ela está na contramão da história, alheia ao espírito do tempo
e, criminosamente, produzindo exclusão social ou exclusão tecnológica. Quando o
professor convida o aprendiz a um site, ele não apenas lança mão da nova mídia
para potencializar a aprendizagem de um conteúdo curricular, mas contribui
pedagogicamente para a inclusão desse aprendiz. Essa mediação ocorre a partir
de uma ambiência comunicacional não mais definida pela centralidade da emissão,
como nos media tradicionais (rádio, imprensa, televisão), baseados na lógica da
distribuição que supõe concentração de meios, uniformização dos fluxos,
instituição de legitimidades. Na cibercultura, a lógica comunicacional supõe rede
hipertextual, multiplicidade, interatividade, imaterialidade, virtualidade,
tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade (Lemos, 2002; Levy,
1999).
A contribuição da educação para a inclusão do
aprendiz na cibercultura exige um aprendizado prévio por parte do professor. Não
basta convidar a um site para se promover inclusão na cibercultura. O professor
precisará se dar conta de exigências da cibercultura oportunamente favoráveis à
educação cidadã. A arquitetura não linear das memórias do computador viabiliza
textos tridimensionais dotados de uma estrutura dinâmica que os torna
manipuláveis interativamente. No ambiente on-line, os sites hipertextuais
supõem:
a) intertextualidade: conexões com outros sites ou documentos;
b)
intratextualidade: conexões com o mesmo documento;
c) multivocalidade: agregar multiplicidade de pontos
de vistas;
d) navegabilidade: ambiente simples e de fácil acesso
e transparência nas informações;
e) mixagem: integração de várias linguagens: sons,
texto, imagens dinâmicas e estáticas, gráficos, mapas;
f) multimídia:
integração de vários suportes midiáticos (Santos, 2003, p.
Na perspectiva do hipertexto, o professor constrói
uma rede (não uma rota) e define um conjunto de territórios a explorar. Ele
oferece múltiplas informações (em imagens, sons, textos, etc.), sabendo que
estas potencializam, consideravelmente, ações que resultam em conhecimento. O
professor estimula cada aluno a contribuir com novas informações e a criar e
oferecer mais e melhores percursos, participando como co-autor do processo de
comunicação e de aprendizagem.
Na cibercultura, ocorre a transição da lógica da
distribuição (transmissão) para a lógica da comunicação (interatividade). Isso
significa modificação radical no esquema clássico da informação baseado na
ligação unilateral emissor – mensagem – receptor:
a) o emissor
não emite mais, no sentido que se entende habitualmente, uma mensagem fechada,
oferece um leque de elementos e possibilidades à manipulação do receptor;
b) a mensagem
não é mais "emitida", não é mais um mundo fechado, paralisado,
imutável, intocável, sagrado, é um mundo aberto, modificável na medida em que
responde às solicitações daquele que a consulta;
c) o receptor
não está mais em posição de recepção clássica, é convidado à livre criação, e a
mensagem ganha sentido sob sua intervenção.
Na perspectiva da interatividade, o professor pode
deixar de ser um transmissor de saberes para converter-se em formulador de
problemas, provocador de interrogações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizado
de experiências e memória viva de uma educação que, em lugar de prender-se à
transmissão, valoriza e possibilita o diálogo e a colaboração. Os fundamentos
da interatividade São três basicamente:
a)
participação – intervenção: participar não é apenas responder "sim"
ou "não" ou escolher uma opção dada, significa modificar a mensagem;
b)
bidirecionalidade – hibridação: a comunicação é produção conjunta da emissão e
da recepção, é co-criação, os dois pólos codificam e decodificam;
c)
permutabilidade – potencialidade: a comunicação supõe múltiplas redes articulatórias
de conexões e liberdade de trocas, associações e significações.
A Internet comporta diversas interfaces. Cada
interface reúne um conjunto de elementos de hardware e software destinados a
possibilitar aos internautas trocas, intervenções, agregações, associações e
significações como autoria e co-autoria. Pode integrar várias linguagens (sons,
textos, fotografia, vídeo) na tela do computador. Algumas das interfaces
on-line mais conhecidas são chat, fórum, lista, blog, site. Como ambientes ou
espaços de encontro, propiciam a criação de comunidades virtuais de
aprendizagem. O professor pode lançar mão dessas interfaces para a co-criação
da comunicação e da aprendizagem em sua sala de aula presencial e on-line. Elas
favorecem integração, sentimento de pertença, trocas, crítica e autocrítica,
discussões temáticas, elaboração, colaboração, exploração, experimentação,
simulação e descoberta.
As perspectivas para a educação atual não conclui que
internet na escola é garantia da inserção crítica das novas gerações e dos
professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas a
aula continua. Professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na
Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da
interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã
na cibercultura. Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode
continuar a ser o que ela sempre foi: distribuição de conteúdos empacotados
para assimilação e repetição. Cada professor, com seus aprendizes, podem criar
possibilidades, as mais interessantes e diversas.
A dinâmica e
as potencialidades da interface on-line permitem ao professor superar a
prevalência da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe
desdobramentos, arquiteta percursos, cria ocasião de engendramentos, de
agenciamentos, de significações. Ao agir assim, estimula que cada participante
faça o mesmo, criando a possibilidade de co-professorar o curso com os aprendizes.
Essas iniciativas devem acontecer preferencialmente em todas as modalidades de
ensino dentre elas Educação Especial, EJA, Série iniciais e assim vai com o
único objetivo de contribuir com a formação do cidadão.
PROFESSORA: ANA PAULA SÌNTESE DE TEXTO
ALUNA: CRISTINA DASILVA RESENDE 6º PERÍODO
3.3.
Desafios da televisão e do vídeo à escola
José
Manuel Moran
A televisão, o cinema e o vídeo os meios de comunicação audiovisuais desempenham, indiretamente, um papel educacional
relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos
modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e
privilegiam alguns valores em detrimento de outros. Ela alimenta e atualiza o
universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens e grande parte dos adultos
- levam a para sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e
sedutora, é muito mais difícil para o educador contrapor uma visão mais
crítica, um universo mais abstrato, complexo e na contramão da maioria, como a
escola se propõe a fazer. a fala da escola é muito distante e intelectualizada e
fala de forma impactante e sedutora – a escola, em geral, é mais cansativa.
Sendo assim a realidade dos alunos com relação a
escola, professores tentam tratar a
diferença de funções e da missão da televisão e da escola. A TV somente
entretém, enquanto a escola educa. Justamente porque a televisão não diz que
educa o faz de forma mais competente. Os meios de comunicação, principalmente a
televisão, desenvolvem formas sofisticadas multidimensionais de comunicação
sensorial, emocional e racional, superpondo linguagens e mensagens que
facilitam a interação, com o público. A televisão e o vídeo partem do concreto,
do visível, do imediato, próximo, que toca todos os sentidos. Mexem com o
corpo, com a pele, as sensações e os sentimentos – tocam-nos e
"tocamos" os outros, estão ao nosso alcance por meio dos recortes
visuais, do close, do som estéreo envolvente. Isso nos dá pistas para começar
na sala de aula pelo sensorial, pelo afetivo, pelo que toca o aluno antes de falar
de idéias, de conceitos, de teorias.
Partir do concreto para o abstrato, do imediato para
o mediato, da ação
para
a reflexão, da produção para a teorização. A eficácia de comunicação dos meios
eletrônicos, em particular da televisão, deve-se também à capacidade de
articulação, de superposição e de combinação de linguagens diferentes imagens,
falas, música, escrita com uma narrativa fluida, uma lógica pouco delimitada,
gêneros, conteúdos e limites éticos pouco precisos, o que lhe permite alto grau
de entropia, de flexibilidade, de adaptação à concorrência, a novas situações.
Há uma crescente dificuldade de comunicação entre o professor
adulto e as crianças e os jovens. A forma de organizar a informação e de
transmiti-la do professor é mais seqüencial, abstrata, erudita. Crianças e
jovens, que navegam intensamente pela Internet, vêem muita TV e participam de
contínuos jogos eletrônicos, pensam de uma forma mais sensorial, concreta,
plástica, multimídica, "linkada", coloquial. Eles se expressam com
muita intensidade emocional e pouca riqueza verbal erudita. Há um abismo que
nos separa nas preferências, nos interesses, nas formas de pensar, de
pesquisar, de interagir. As crianças são mais rápidas, impacientes,
"multitarefas", "multitelas", sempre prontas para fazer,
produzir algo diferente e com dificuldade de sistematizar, de formular novas
sínteses.
Os
adultos, precisam fazer um esforço enorme para transformar a forma de pensar,
de integrar imagens, sons e textos, de organizar ao menos hipertextualmente
nossa pesquisa e comunicação. Temos de aproximar ao máximo nossa linguagem da
dos alunos, nossa abordagem da deles, nossas vivências das deles. O caminho que
pode dar certo é focar mais a relação afetiva, gostar dos alunos como eles são,
chamá-los para participar, aproveitar todo o potencial para motivá-los,
valorizá-los, incentivá-los. A escola precisa observar o que está acontecendo
nos meios de comunicação e mostrar isso na sala de aula, discutindo tudo com os
alunos, ajudando-os a que percebam os aspectos positivos e negativos das
abordagens sobre cada assunto.
Educar com novas tecnologias é um desafio que até
agora não foi enfrentado com profundidade. Apenas aconteceu adaptações,
pequenas mudanças. Podemos aprender continuamente, de forma flexível, reunidos
numa sala ou distantes geograficamente, mas conectados por meio de redes de
televisão e da Internet. O presencial torna-se mais virtual, e a educação a
distância torna-se mais presencial. Os encontros em um mesmo espaço físico
combinam-se com os encontros virtuais, a distância, por meio da Internet e da
televisão. Estamos aprendendo, fazendo. Os modelos de educação tradicional não
nos servem mais. Experimentar, avaliar e experimentar novamente é a chave para
a inovação e a mudança desejadas e necessárias.
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DISCIPLINA: INFORMÁTICA
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4.3.
O que é um bom curso a distância?
José
Manuel Moran *
Um bom curso é aquele que nos empolga que nos surpreende
que nos façam pensar, que nos envolve ativamente, que traz contribuições
significativas e que nos põe em contato com pessoas, experiências e idéias
interessantes. Depende de um conjunto de fatores previsíveis e de uma
"química", ou seja, de uma forma de juntar os ingredientes de um modo
especial, que faz a diferença. No fundamental, tanto um curso presencial quanto
um curso a distância de qualidade possuem os mesmos ingredientes: Ambos
dependem, em primeiro lugar, de termos educadores maduros, intelectual e
emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e
dialogar. Pessoas com as quais valha à pena entrar em contato, porque vamos
sair enriquecidos.
O grande
educador atrai não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Há sempre
algo surpreendente, diferente no que diz, nas relações que estabelece, na sua
forma de olhar, na forma de comunicar-se, de agir. „ Ambos dependem também dos
alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam
as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e
parceiros de caminhada do professor-educador. Ambientes ricos de aprendizagem, uma
boa infra-estrutura física: salas, tecnologias, bibliotecas não são suficientes
para um curso a distancia seja considerado bom. Um bom curso é mais do que
conteúdo, é pesquisa, troca, produção conjunta. A
aprendizagem não se faz só na sala de aula, mas nos inúmeros espaços de
encontro, de pesquisa e de produção que as grandes instituições propiciam aos
seus professores e alunos.
Um
curso de qualidade depende muito da possibilidade de uma boa interação entre
seus participantes, do estabelecimento de vínculos, de fomentar ações de
intercâmbio. Quanto mais interação, mais horas de atendimento são necessárias.
Uma interação efetiva precisa ter monitores capacitados, com um número
equilibrado de alunos. Um bom curso de educação a distância procura ter um
planejamento bem elaborado, mas sem rigidez excessiva. Permite menos
improvisações do que uma aula presencial, mas também deve evitar a execução
totalmente hermética, sem possibilidade de mudanças, sem prever a interação dos
alunos. Existe a necessidade de uma flexibilidade, adaptar-se às diferenças
individuais, respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as
diferenças locais e os contextos culturais. Respeita os estilos de aprendizagem
e as diferenças de estilo de professores e alunos. Personaliza os processos de
ensino-aprendizagem, sem descuidar do coletivo.
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